O boletim epidemiológico divulgado pelo órgão de saúde de Pernambuco abrange os dados sobre as arboviroses no período de 31 de dezembro de 2023 a 9 de novembro de 2024. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco (SES-PE), foram contabilizados 29.821 casos prováveis de dengue, abrangendo tanto os casos confirmados quanto aqueles que ainda estão em fase de investigação.
Além disso, o monitoramento da SES-PE revelou que 50 mortes, inicialmente suspeitas de serem causadas por arboviroses, foram descartadas. Por outro lado, 28 óbitos continuam sendo analisados e aguardam confirmação. Esses dados refletem uma realidade alarmante no estado, que enfrenta um aumento no número de casos dessas doenças.
O boletim também trouxe informações detalhadas sobre a incidência regionalizada dos casos de dengue em Pernambuco. Segundo os dados, 55 municípios do estado apresentam baixa incidência da doença, 69 municípios têm incidência média e 61 cidades estão com alta incidência de dengue. Essas informações são fundamentais para direcionar ações de combate ao mosquito Aedes aegypti nas áreas mais afetadas.
O monitoramento constante e a coleta desses dados são essenciais para priorizar as regiões que necessitam de ações emergenciais e de maior suporte da gestão de saúde pública. Com isso, é possível intensificar as medidas de controle e prevenção nas áreas mais atingidas pela epidemia.
Além da dengue, outro grande desafio enfrentado pelo estado é a chikungunya. Pernambuco registrou até o momento 4.763 casos prováveis dessa arbovirose, dos quais 1.531 já foram confirmados. A doença, transmitida pelo mesmo mosquito Aedes aegypti, tem causado impacto significativo na saúde da população.
Por outro lado, os casos de zika, também transmitidos pelo Aedes aegypti, somam 240 notificações prováveis. Entretanto, nenhum caso foi confirmado até o momento, o que indica uma situação ainda controlada em relação a essa doença.
Além das arboviroses mais comuns, Pernambuco também está enfrentando a febre do Oropouche, com 169 casos confirmados. A febre do Oropouche é uma doença viral transmitida por mosquitos e tem se disseminado em algumas regiões do estado.
A distribuição dos casos de febre do Oropouche é bastante ampla, com registros em várias cidades pernambucanas, incluindo o Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Recife, além de municípios do interior como Bonito e Santa Cruz do Capibaribe.
Esse cenário, com a multiplicidade de arboviroses em circulação, reforça a necessidade de uma atuação integrada entre as secretarias de saúde municipais e a SES-PE. É fundamental que as autoridades sanitárias trabalhem de forma coordenada para conter a propagação dessas doenças e mitigar seus impactos.
A educação da população sobre o risco das arboviroses é uma das estratégias mais eficazes para reduzir a incidência de casos. Informar a população sobre a importância de eliminar focos do mosquito transmissor, como os recipientes com água parada, é essencial para o sucesso das campanhas de prevenção.
Além disso, a utilização de inseticidas e o aumento na fiscalização dos locais propensos à proliferação do mosquito são medidas necessárias para interromper o ciclo de transmissão das arboviroses.
Com a intensificação dessas ações, é possível reduzir a pressão sobre o sistema de saúde e diminuir os casos graves e mortes causadas por essas doenças. A colaboração entre o poder público e a população é crucial para controlar as arboviroses em Pernambuco.
As autoridades de saúde também destacam a importância de um monitoramento contínuo da situação, para que os recursos possam ser alocados de forma eficiente e as ações de prevenção sejam ajustadas conforme a evolução da epidemia.
Embora os números de casos sejam elevados, é possível observar que as ações preventivas e de conscientização têm contribuído para o controle da situação em algumas regiões, o que demonstra que o trabalho conjunto entre a população e as autoridades sanitárias pode trazer resultados positivos.
Por fim, é necessário que todos os setores da sociedade se envolvam na luta contra as arboviroses. A participação ativa da população nas medidas de prevenção, como o uso de repelentes e o cuidado com os locais de reprodução do mosquito, pode fazer toda a diferença no enfrentamento dessa situação de saúde pública.
Dessa forma, é essencial que Pernambuco continue monitorando a evolução das arboviroses e adotando estratégias eficazes para proteger a saúde da sua população, prevenindo o aumento de casos e garantindo a qualidade de vida dos cidadãos.